As mazelas do egoísmo.

Inteligência é apenas a aquisição de conhecimento, não faz referência ao modo como este é utilizado.

Poderia fazer uma analogia com uma faca, esta pode ser utilizada para matar, para cozinhar, para colher, para fazer obras de arte e muitas outras coisas. A morte ou alimento não são culpas da faca.

Do mesmo modo, são pessoas inteligentes que fizeram do mundo um lugar melhor através da sua inteligência descobriram como curar doenças e produzir mais alimentos. É, claro que outros usaram a inteligência para produzir armas e para oprimir e escravizar pessoas.

Mas, por estes exemplo, vemos que não foi a inteligência quem trouxe o mal. Foi o mau utilizando a inteligência que prejudicou o mundo, quando o bom usa a inteligência o faz para salvar o mundo.

Este discurso contrário a inteligência podem prejudicar ainda mais o mundo, pois os maus irão continuar a utilizá-la e os bons poderão entender errado e parar de utilizá-la por achar que a inteligência em si é um mal. E assim deixaremos de ter os resultados dos bons, restando apenas o resultado dos maus e condenando o mundo.

O mundo jaz no maligno!
Seria isso verdade?
O egoísmo seria a causa do atraso cultural, injustiça e miséria?

Vemos as pessoas a valorizarem a inteligência como se tal fosse o fator primordial da qualidade humana.
Ora, quem são os algozes da humanidade, os medíocres, os parvos, apedeutas?
Pois exatamente o contrário! Nossos facínoras são justamente os que possuem inteligência privilegiada e delas se aproveitam.
Esse princípio obedece a certa permissividade e critério dentro da esfera humana, mas se por um lado existem aqueles que perseveram pelo labutar e se tornar útil à Pátria e ao mundo como profissionais distinguidos e competentes, pelo outro surgem os exploradores que se usando de sua inteligência visionária alçam mão de recursos extremos para se postarem sobre o poder e dele adquirirem muito mais do que têm em termos de competência moral.
Mas como isso seria justificável?
Expropriadas do sentido da consecução essas mentes perdem o sentido da principal e mais profunda Lei do Universo denominada “Karman”, onde não há como gerar uma ação sem uma reação em sentido oposto e com a mesma intensidade.
Alguns dirão que isso é bobagem, porém tal evento é tão absurdamente visível e patente que só quem fizer questão de se cegar não perceberá que quase todas as diferenças de qualidade de vida nascem desse aspecto.
Enquanto uma pessoa “Consciente” (Mente expandida) tem moralmente essa Lei interna epigrafada, o indivíduo inconsciente, ainda que inteligente, transgride seu princípio continuamente, cavando um reduto não tão benéfico para si no futuro.
Tal e qual uma criança mal acostumada, se esquece do futuro e se lambuza na forma com o bolo, comendo-o todo. Absorta no seu prazer sorve profundamente toda a chance de satisfação para si excluindo-a dos demais. Ainda que mantenha a razão e os meios ou até mesmo o próprio ato de prazer “in abscondito” , ela é a única que sabe de todos os detalhes e como, se, num crime perfeito será a sua única testemunha. Nessa condição isso basta para sua condenação, já que a “mente consciente” de quem praticou o ato é o próprio juiz , júri e tribunal que irá analisá-lo “a posteriori”.
Por isso é certa a condenação dos que empreendem o mal excluindo a chance de vivência igual às maiorias através do despotismo. Não é a toa que vemos então tanta disparidade no mundo e da mesma forma tanta maldade, quando alguns cegos e sem se perguntar a razão do sofrimento humano o empreendem como se isso fosse ficar impune!

O Universo seria insensível e desprovido de razão se não conseguisse tornar capaz de forças que empreendem ações contrárias ao seu princípio magno e gerador que constrói, repara, articula e regenera. Se o objetivo do Cosmo é a Consciência e a realização de toda essa inteligência latente que visa organizar o Caos, jamais seria permitido que a força que desagrega e destrói fosse capaz de superar a sua principal premissa, a da organização e coerência.

Por isso, acalmai vossos corações injustiçados, pois a eternidade se incumbirá de curar as feridas e reparar as ações que injustas se impuseram.